Aprendendo fazendo: criatividade como pilar na gestão de projetos

Sheldon Nascimento

Colaboração

Na minha jornada como Gerente de Projetos, atuando em setores tão diversos como Telecomunicações, Varejo, Fintechs, Indústria e Saúde, uma convicção se fortaleceu: os projetos mais bem-sucedidos vão além de metodologias robustas. Eles nascem da capacidade de aprender fazendo — um processo que exige criatividade, adaptação e colaboração em cada etapa.

Vivemos uma era em que a gestão de projetos transcendeu a lógica linear. Frameworks como Scrum, Kanban e SAFe são, sim, indispensáveis.

(O Scrum é uma metodologia ágil que foca em entregas incrementais e ciclos curtos (sprints); o Kanban é um sistema visual para gerenciar o fluxo de trabalho e otimizar a eficiência; e o SAFe (Scaled Agile Framework) é uma estrutura para escalar a agilidade em grandes organizações).

No entanto, o verdadeiro diferencial reside em como aplicamos essas metodologias com inteligência prática, criatividade e uma profunda conexão humana.

Aprendizagem Ativa: O Conhecimento que Nasce da Prática

Estudar as metodologias, como as citadas acima, ou as tradicionais (PMBoK - Project Management Body of Knowledge do Project Management Institute) é crucial para construir uma base sólida. Mas existe uma dimensão do aprendizado que só a prática proporciona. Já liderei projetos que, apesar de um escopo inicial bem definido, foram completamente redesenhados no meio do caminho. Isso aconteceu por mudanças inesperadas no mercado, demandas de um cliente estratégico ou até mesmo por insights valiosos vindos da própria equipe técnica.

Nessas situações, o manual se torna apenas o ponto de partida. A criatividade emerge como uma ferramenta de gestão poderosa, permitindo ressignificar processos, redesenhar entregas e, mais importante, transformar desafios em oportunidades.

Gestores: Mais que Guardiões do Cronograma, Facilitadores da Transformação

Um bom gerente de projetos não se limita a ser o guardião do cronograma. Ele é, acima de tudo, um facilitador do aprendizado coletivo. É quem promove um ambiente onde o erro é visto como uma oportunidade de aprendizado, e a equipe se sente segura para testar, ajustar e evoluir continuamente.

A implementação de rituais de aprendizagem dentro dos projetos — como retrospectivas inteligentes, documentação acessível de lições aprendidas e até mesmo dinâmicas mais informais — tem um impacto direto e positivo no engajamento da equipe e nos resultados alcançados.

Criatividade em Contextos Tradicionais ou Regulados

Mesmo em projetos com forte regulação ou base tradicional, como os que já conduzi no setor financeiro e farmacêutico, a inovação é totalmente possível. A criatividade não é sinônimo de desorganização. Pelo contrário, ela representa a liberdade de buscar soluções fora do padrão, respeitando as diretrizes e as normas, mas sem se limitar ao "sempre foi assim". É encontrar caminhos inovadores dentro de um propósito claro.

Conclusão: O Futuro da Gestão é Híbrido, Humano e Criativo

Ao final, fica a certeza de que a gestão de projetos está evoluindo para um modelo mais humano, adaptável e intrinsecamente criativo. Habilidades como aprender fazendo, errar rápido, corrigir com inteligência e liderar com empatia tornaram-se tão estratégicas quanto qualquer certificação técnica.

Se você é um gestor de projetos ou aspira a ser um, minha dica é: não subestime o poder da criatividade em sua jornada. Ela pode ser o elemento que transforma um projeto apenas entregue... em um projeto memorável.

Boa sorte!

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