A importância da autonomia

Estava na padaria de um supermercado famoso. Na minha frente, uma senhora fazia um pedido de doces.

A atendente pegou os doces e, antes de colocá-los na embalagem, bem no meio do atendimento, falou: “Vou precisar sair, meu chefe não quer que eu passe nem um minuto do horário, meu colega vai lhe atender”. Voltou os doces para a vitrine, se desculpou e foi embora.

Fiquei impressionado com a situação: será que ela levou a ordem de maneira tão literal ao ponto de parar um atendimento no meio para cumprir a ordem do chefe? Será que, se ela tivesse terminado o atendimento, ao custo de alguns minutos extras à sua jornada normal, seria repreendida pelo chefe?

Não sei, mas isso me fez pensar sobre a importância do treinamento, ou melhor, do desenvolvimento dos funcionários em qualquer empresa.

Apesar de ser um clichê, a questão é que, no mundo complexo atual, dominado pela tecnologia e pela prestação de serviços (mesmo que seja entregue um produto físico), não basta mais treinar as pessoas. É preciso desenvolvê-las, no sentido de dar-lhes autonomia para tomar decisões com responsabilidade.

E, na minha visão, não estamos preparados para fazer isso ainda, pois demanda um desenvolvimento psicológico de todos.

Não basta criar programas, contratar consultorias de mentoria; é preciso acreditar que o outro é capaz, que eu não sei tudo, é preciso que eu me desenvolva junto com o outro.

Ou seja, é preciso uma consciência ampliada sobre o papel de cada um na empresa e como construir as relações.

É preciso que o ser humano entre na pauta!

A foto: é do mesmo supermercado, que me fez ter uma outra reflexão: estamos em uma sociedade que precisa colocar lacre para que os vinhos não sejam roubados. Mas essa discussão é para outra hora.

Até o próximo texto!

A importância da autonomia